quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

O Agronegócio Aqüicultura

Segundo a FAO, o comercio de pescado tem se globalizado e, cerca de, 37% de toda a produção pesqueira (53 milhões de toneladas) se comercializa a nível internacional . Em 2008, as exportações de pescados geraram 102.000 milhões de dólares. Outra informação importante é que 60% do comercializado se origina em países em desenvolvimento representando 80% do valor monetário. Os países desenvolvidos (Europa, Japão e Estados Unidos) são responsáveis pela importação de 70% do pescado comercializado.
É neste contexto que o Brasil se insere como grande fornecedor de pescado para o mundo. Com potencial hídrico e ambiental e com possibilidade de não cometer os mesmos erros que os outros já cometeram, comprometendo o ambiente onde se produziam seus pescados. Apoiada nas cadeias de produção de tilapicultura e da carcinicultura a aqüicultura brasileira é hoje a segunda em produção sul-americana, estando no Chile com a maior produção. No Brasil a aqüicultura está formada por pequenos e médios produtores e vem mostrando, nos últimos anos, mudanças nos sistemas de criação. Até o final da década de 90 ale se baseava no sistema semi-intensivo em viveiros escavados e de barragens. A partir de 2000 surge, com força, a tilapicultura em tanques-rede, principalmente em águas da União (grades reservatórios de hidroelétricas) mudança esta, que trouxe alterações na cadeia de produção, uma vez que são necessários insumos adequados ao sistema como rações especificas, material genético compatível com a criação e mesmo formas de escoar a produção , que no novo sistema é praticado em maior escala.
A carcinicultura também vem apresentado mudanças em seu sistema de criação tendo sido afetado por doenças e restrições de mercado. A criação de camarão tem se adaptado a novas situações, com uso de menor densidade de estocagem nos viveiros, manejos sanitários e profiláticos e produtos mais adequados ao mercado interno. E importante destacar que em 2003 foram produzidas 90.190 toneladas de camarão cultivado sendo exportadas 58.455 toneladas (64.8%). Está produção caiu para 70.000 toneladas em 2008 (queda de 22,4%) quando foram exportadas 9.397 toneladas (13,4%), mostrando um aumento de 91% no consumo interno. (Rocha e Rocha,2008). As demais atividades relacionadas com a aqüicultura, como malacocultura, ranicultura e algocultura, mesmo importantes apresentam menor volume de produção e valor econômico. Na década de 90 com o aumento da produção houve a necessidade de mais formas jovens para atender a demanda de pós-larvas e alevinos e segundo Valente (2000), em 1998 haviam 237 laboratórios instalados no Brasil, com capacidade de produzir 798 milhões de alevinos. A produção destes laboratórios foi cerca de 450 milhões de alevinos. Segundo IBAMA (2000) o Brasil produziu m neste ano, 88.565,5 toneladas de pescado pela aqüicultura continental o que corresponde a 190 gramas de peixe por alevino.
A relação quilo de peixe produzido, em 1993, era de 4.978 gramas de pescado para cada alevino – 164 milhões de alevinos para uma produção de 33.042,7 toneladas de peixes (Castagnolli et al,1996). Asa relações apresentadas na Tabela 03 (média de 0,3 kg para cada alevino) estão mais próximas da relação conseguida pelos dados indicados por Valenti et al(2000), (0,19 kg por cada alevino) do que as obtidas com os dados de Castagnolli et al (1996),(4,98 kg por alevino).As informações atualizadas, para numero de laboratórios e produção de alevinos não estão disponíveis. A publicação dos dados obtidos com o Censo Aquícola, que vem sendo realizado pelo Ministério da Pesca e Aqüicultura, poderão trazer a luz, estas tão importantes informações. Em 2009
o Brasil produziu 58,4 milhões de toneladas de ração para alimentação animal. Deste total a aqüicultura representou 0,65% (380.000 toneladas). Uma fração muito pequena, principalmente quando comparada à produção de ração para aves que representou 55,9% (32.640.000 toneladas). Mas quando compararmos o crescimento anual entre 2008 e 2009 esta situação se inverte, uma vez que, a aqüicultura cresceu 17% e a avicultura apenas 1%. É importante lembrar que os 1% da produção de ração de aves corresponde a 377.000 toneladas, enquanto 17% da produção de ração para organismos aquáticos correspondem a 56.000 toneladas.
Das 380.000 toneladas de ração produzidas para aqüicultura, 78,9% destina-se a alimentação de peixes (300.000 toneladas) e 21% destina-se a alimentação de camarões marinhos (80.000 toneladas) (Sindirações ,2010). O insumo ração representa 40 a 60% do custo de produção da aqüicultura. Valor relativamente alto quando comparado aos demais itens do custo. Esta representatividade nos leva a dar ao arraçoamento uma atenção especial. 

João Manoel Cordeiro Alves,M.Sc.
Gerente de Produtos para Aqüicultura da Guabi Nutrição Animal
IV SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE AQUACULTURA
NATAL-RN – 2010


Foto:Piscicultura 18 de Abril - Maripá-PR / Proprietário Pedro Toaldo

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Altas temperaturas e rações com baixa digestibilidade.


A combinação citada no titulo deste post sem duvidas a umas das maiores causas de percas na atividade de aqüicultura em tanques escavados. Com a proximidade dos meses mais quentes do ano, alguns produtores já começam a perder o sono , seja pela temperatura elevada da água ou pela elevação de amônia, devido principalmente pelo uso de rações de baixa digestibilidade. Todos sabem que são três os fatores determinantes para o sucesso em uma criação intensiva de Tilápias: Água de qualidade e em quantidade, Genêtica e uma ração de qualidade. Não existem milagres, rações baratas e com formulações baseadas em componentes de pouca digestibilidade são sinônimos de prejuízo.

O que mais impressiona neste processo de criação, e que apesar de ser um tema amplamente difundido entre os criadores, ainda existem produtores que fecham os olhos e se utilizam de rações de baixíssima qualidade, expondo seus criatórios a riscos desnecessários .

Em outro post, abordarei o seguinte tema: Seu aerador esta instalado no local certo de seu açude?